domingo, 11 de março de 2012

Eu e Seu Fulano

Eu e Seu Fulano
Na ida ao meu trabalho
Eu cheguei na estação
Pra fazer meu intinerario
Dentro do mesmo busão
Cansado pra caralho
Eu nem imaginava
Que num dia como outro
Uma surpresa me esperava
Sentou ao meu lado um velho caboclo
De um jeito me olhava
Parecia que era louco
Nessas trocas de olhares
Ele sorriu um pouco
Quando menos esperava
Ouvi seu vozeirão rouco
Eu te digo meu rapaz
Lá pras bandas de Tanquinho
Tenho minha roça pequena
Vou vivendo com jeitinho
Já vi de tudo nessa vida
Lá eu crio, planto e tenho minha comida
No início relutei
Pensei em não prosear
Sua simpatia era tanta
Resolvi arriscar
Veja esse menino
Tá vendo aquele coqueiro?
Lá na minha roça tem uma ruma que dá dois ou três inteiros
Certo dia um rapaz
Subiu no mais alto da região
O pior aconteceu
Quando ele espatifou no chão
Isso não é lenga-lenga
Um buraco se abriu
O moleque ficou capenga
Foi difícil acreditar
Mas continuei proseando
A viagem fica curta
Quando estamos conversando
Lá vem o caboclo de novo
Com as suas histórinhas
Desse vez ele contou
Sobre a tal de uma bichinha
Mas não era uma bichinha
Era a tal de uma bicha grande
Ele avistou a criatura
Lá nas bandas da Serra Grande
Foi difícil de medir
Com as suas mãos castigadas
A danada da cascavel
Era muito exagerada
O tempo passa rápido
É chegada a minha hora
De descer do meu busão
Pra sempre vou embora
Até Seu Fulano
Foi um prazer conhecer
Homem simples e diferente
Nas andanças dessa vida
Eu me bato com cada gente
Jobson Ferreira Barbosa escreveu esse texto numa manhã nublada do dia 1/3/2012.
A história é verídica e eu dedico a meu filho João Pedro que é um excelente contador de histórias.